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Novas técnicas e equipamentos trazem a medicina para o século XXI

Laboratório portátil torna exames laboratoriais mais rápidos e acessíveis é apresentado no Wired Festival

Fonte: O Globo Economia




RIO — Hoje, os carros não precisam de motorista, os computadores conectados à internet estão dentro dos bolsos, mas em algumas áreas da medicina o tempo parece ter parado. Os exames laboratoriais, por exemplo, são realizados da mesma maneira que no século passado, assim como a coleta de informações de pacientes durante consultas clínicas. Para atacar esse problema, médicos e empreendedores estão criando novas tecnologias que prometem trazer os sistemas de saúde para oséculo XXI .


Marcus Figueredo, diretor executivo da Hi Technologies, é um desses inovadores. Em palestra no Wired Festival, que acontece nesta sexta e sábado na Cidade das Artes , ele apresentou o Hilab, um laboratório portátil capaz de oferecer resultados de qualidade com rapidez e baixo custo.

O festival é realizado por Edições Globo Condé Nast e O Globo, com patrocínio da Petrobras, Embratel, Grupo Pão de Açúcar e Braskem, apoio de Cerveja Sol e apoio institucional da Cidade das Artes.


O diagnóstico é o ponto de partida para qualquer tratamento médico, mas grande parte da população mundial não tem acesso a serviços laboratoriais básicos. O Hilab permite que pacientes em qualquer região do mundo possam realizar exames, basta apenas uma conexão com a internet.


A coleta da amostra é simples: uma gota de sangue ou uma pequena amostra de urina, que são colocadas numa cápsula. A cápsula é inserida no equipamento, como numa máquina de café expresso. Os dados são transmitidos pela internet para uma equipe baseada em Curitiba, onde a análise é feita. Em cinco ou dez minutos, o resultado retorna.


— Isso é humanizar a medicina. Tornar ela acessível para todos — afirmou Marcus Figueredo, diretor executivo da Hi Technologies. – Os laboratórios são um dos recursos mais desiguais na medicina. Dependendo de onde você nasce, na família que você nasce, você tem mais ou menos acesso.


Com a tecnologia, o Hilab é capaz de ser não apenas mais rápido, mas mais barato. Nos laboratórios tradicionais, 40% dos custos são com a logística, de transportar as amostras do ponto de coleta ao laboratório. Esse custo inexiste com o uso da internet.


— Eles usam o correio, nós usamos o e-mail – comentou Figueredo. — E nós conseguimos escalar. Um laboratório físico tem uma capacidade limite, nós não. Quanto mais exames fazemos, mais baratos eles ficam.


Segundo o executivo, a empresa está distribuindo os equipamentos em postos de saúde e centros médicos, assim como as cápsulas. A cobrança é feita por cada exame, sendo que em alguns os custos já estão abaixo da tabela do SUS.


O Hilab é capaz de fazer uma ampla gama de exames, como testagem de gravidez e marcadores cardíacos, HIV, dengue, zika e chicungunha. E os resultados servem não apenas para o médico escolher o melhor tratamento, mas para a produção de conhecimento pela análise dos dados. Como os dados são centralizados num serviço em nuvem, eles podem ser usados, por exemplo, para identificar o surgimento de um surto de dengue.


— Se o Hilab identifica uma amostra positiva para dengue, e surge uma segunda na mesma região, isso indica que a área pode sofrer uma epidemia. Essa informação pode direcionar os esforços de prevenção – exemplificou Figueredo.


Em Nova York, o médico e cientista de dados David Stark, diretor do Mount Sinai Health System, projeta um novo serviço de atendimento médico baseado em dados. Um carro, hoje, tem cerca de 200 sensores, que coletam informações sobre o seu funcionamento. Numa clínica médica os pacientes têm, basicamente, cinco dados medidos: peso e altura, temperatura, pressão arterial, batimentos cardíacos e respiração.


— No carro, os sensores iluminam luzes no painel avisando que ele precisa ser levado à oficina. Na saúde, é impossível essa previsão – criticou Stark. – Você tem um problema e vai para a emergência. É como se tivesse parado na estrada.


Esse modelo de medicina, de tratar apenas quando a doença aparece, faz com que médicos e pesquisadores tenham poucos dados sobre a saúde humana. Estar saudável, diz Stark, não é apenas a ausência de doenças. Existe uma gradação contínua, e com a coleta de informações de pessoas consideradas saudáveis, será possível, em tese, prever o surgimento de males.


Na clínica proposta por Stark e sua equipe, os pacientes passam por uma bateria de exames, mesmo que eles possam parecer, à luz das práticas atuais, desnecessários. Testes genéticos e questionários comportamentais cobrem cerca de 70% dos riscos de morte precoce. Biomarcadores e a análise clínica completam a coleta de dados.


— Com essas informações podemos fazer um trabalho melhor nos sistemas de saúde — afirmou Stark.


Fonte: Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/novas-tecnicas-equipamentos-trazem-medicina-para-seculo-xxi-22137569

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