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Quais os Benefícios e Riscos da Nanotecnologia na Saúde?

Camila Alves - Fonte: Saúde Business




A nanotecnologia na saúde é um dos maiores progressos da ciência em relação a esse setor. Com a nanotecnologia, é possível criar dispositivos minúsculos, em proporções moleculares, ou até atômicas. Os estudos no setor prometem facilitar e otimizar tratamentos, diagnósticos e pesquisas.


Os primeiros rastros da ciência são datados de 40 anos atrás. Os Dendrimers, idealizados na década de 1970, são moléculas furtivas que têm muita utilidade na área da saúde, como por exemplo auxiliar nos tratamentos e diagnósticos de doenças. As moléculas têm a capacidade de se mover por membranas biológicas, potencializando os cuidados médicos.


As terapias de manipulação de DNA podem enfrentar avanços promissores com a ajuda da nanotecnologia na saúde. A ideia é que nano robôs possam examinar sessões de DNA, trabalhar neles e até se movimentar por elas e reparar células danificadas. Cientistas da Australian National University já conseguiram juntar contas de látex revestidas nas pontas de um DNA modificado e depois usar uma armadilha ótica que compreende um feixe de luz focalizado para manter as contas no lugar e assim estender a cadeia de DNA. O estudo foi feito com o objetivo de estudar as interações de proteínas com ligações específicas.


Na Universidade de Nova York, químicos criaram nano robôs a partir de fragmentos de DNA que podem andar em duas pernas, de apenas 10 nanômetros de tamanho. A tecnologia foi batizada de ”nanowalker” e, se combinada com nano robôs, pode auxiliar tratamentos em locais específicos do corpo humano. A Universidade também está realizando pesquisas com a ajuda da nanotecnologia para descobrir como moléculas biológicas se cristalizam, uma área em que os cientistas enfrentam grandes dificuldades. Com esses estudos, a nanotecnologia na saúde pode imitar os processos naturais do corpo, como por exemplo o comportamento do DNA.


A Harvard Medical School criou ”nano robôs de origami” a partir de DNA, que seriam capazes de fazer com que as células se comportem de uma forma específica. No estudo realizado, pesquisadores foram capazes de enviar moléculas que fazem com que as células de leucemia e linfoma se auto destruam.


Com a nanotecnologia na saúde, surgem outros avanços no tratamento de câncer. A ciência permite a aplicação direta de quimioterapia em tumores, atingindo somente a área afetada e protegendo o restante do corpo de químicas desnecessárias que destroem a imunidade do paciente. Um exemplo disso são as ”nanostars”, desenvolvidas pela Nortwestern University, que são nano partículas com ouro em formatos de estrelas que levam drogas diretamente ao núcleo da célula cancerígena. Os pesquisadores dizem que a forma ajuda a concentrar os pulsos de luz e entregar os medicamentos pelas suas pontas.


Fábricas de nanotecnologia estão trabalhando em Drugs in Situ, que são baseadas em proteínas e podem mandar sinais específicos para células. A ideia é promissora, já que, alguns fármacos usados da forma convencional são dissolvidos pelo corpo antes de chegarem a seus destinos. Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) mostraram que existe a capacidade de que as drogas sejam produzidas no local em que elas são necessárias. O MIT também está trabalhando na área farmacêutica da nanotecnologia, desenvolvendo nano partículas que podem potencializar as drogas que tratam o câncer, além de tentarem criar outras formas de controlá-las.


As nano fibras, por sua vez, têm como utilidade a criação de materiais especiais para curativos, e materiais usados em implantes e órgãos artificiais, por exemplo. Porém, há uma dificuldade com a criação das fibras no tamanho correto. No entanto, pesquisadores da North Carolina State University desenvolveram um novo método para criar nano fibras em tamanhos específicos, usando nano partículas de níquel com uma casca feita de ligantes que podem se ligar diretamente a metais.


Porém, existem preocupações que rondam a nanotecnologia na saúde, sendo a principal o quanto essa tecnologia em rápida expansão é segura e atóxica para o corpo humano. Respondendo a essa questão, o National Cancer Institute, dos Estados Unidos, diz que existem muitas nano partículas na natureza muitas vezes em níveis mais elevados do que as partículas artificiais sendo analisadas. Dando o exemplo das nano drogas que levam a quimioterapia em tratamento de câncer, o instituto diz que os fármacos contidos na nanotecnologia são mais tóxicos do que ela em si.


O comitê da House of Lords of the British Parliament apresentou algumas preocupações em um relatório. A principal é o risco que uma pessoa pode correr se ingerir nano materiais artificiais. A insegurança deles se dá pelo tamanho e a mobilidade da partícula que, se ingerida, poderia penetrar membranas celulares da parece estomacal, acessar o cérebro ou até o interior de células. Eles também levantaram a questão de nano partículas insolúveis que poderiam acumular e danificar os órgãos. Nano partículas também são altamente reativas, podendo, por exemplo, desencadear reações químicas desconhecidas.


Entender o comportamento da toxicologia da nanotecnologia na saúde parece prioridade, tanto para o governo, quanto para os conselhos de pesquisa, com o objetivo em comum de concluir se os nano materiais são seguros ou não.



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