A telemedicina, a inteligência artificial e outras modernidades estão aproximando todos os brasileiros de exames e tratamentos de qualidade
Por Maurício Brum
Fonte: Saúde Abril
Foco em prevenção pode desafogar centros de saúde e poupar cofres públicos (Ilustrações: Rômolo/SAÚDE é Vital)
Até poucos anos atrás, quando deparava com um caso mais complicado, o médico de família Enrique Barros não tinha muitas alternativas. Encaminhava o paciente a um especialista na capital do estado sem nenhuma previsão de quando o exame seria concluído. Atendendo em Santa Maria do Herval, pequeno município gaúcho de pouco mais de 6 mil habitantes a cerca de 80 quilômetros de Porto Alegre, Barros nem sempre dispunha da estrutura ou dos equipamentos necessários para fazer determinados diagnósticos.
Mas hoje a realidade é bem diferente. Graças a um programa chamado Telessaúde, o médico consegue se comunicar com profissionais de 15 especialidades. O aconselhamento ocorre de três formas:
1) por telefone 2) por meio de videoconferência 3) e através de uma plataforma virtual por onde são enviadas imagens e laudos.
De acordo com a dificuldade do caso e o método escolhido para fazer o contato, a recomendação para o tratamento pode sair no mesmo dia ou em até 72 horas. Uma revolução.
“Isso me dá uma segurança tremenda e muito mais conforto para atender no meio rural”, conta Barros. “Em geral, os médicos fogem do interior porque se sentem isolados e inseguros para fazer um diagnóstico e um tratamento adequados, mas agora nós temos uma garantia de qualidade”, reflete.
Barros cita o exemplo de pacientes com suspeita de melanoma (um câncer de pele agressivo), comuns na região de colonização alemã e trabalho rural. “Quando é melanoma, nós tiramos. Mas há muitos episódios em que há dúvidas se é um caso em que vale a pena fazer o procedimento ou se estamos machucando a pessoa desnecessariamente”, relata.
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